quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

15/01/10

Dia 15, marquei no meu calendário um C de crise para me lembrar de que nos entornos dessa data estou terminantemente proíbida de assistir à filmes tristes e anotei uns pensamentos no bloco de notas:

A gente não assume a solidão, mas estar consigo é estar só.
Eu nunca passei tanto tempo comigo mesma como no ano passado, e ainda assim não descobri quem sou e nem do que sou capaz.
Eu sei, eu já disse que a vida é feita de incertezas mas eu queria saber ao certo o que de mim é meu, o que de mim sou eu.
Descobri que as coisas fúteis não são tão fúteis assim, ou que o fútil não é tão pejorativo como eu o apontava. O fútil é totalmente necessário, é vital se prender a coisas que não acrescentem nada a si, elas são o respiro depois das braçadas, são o soro que reconstitui a massa do cansaço, é a dose diária necessaria de brainwashing... não sei como era antes dos realityshows, mas sei que o homem se virava.
A pior pessoa para se conviver é si próprio, é a mais difícil de se tratar...eu juro que não me aguento mais. É enlouquecedor querer chegar ao fundo de uma questão e não conseguir. A dor de um esforço mental é muito maior que a provocada por qualquer ácido láctico.

Eu fiquei um tempo que não se conta em dias nem horas enclausurada sozinha numa maquina de carne que tem ritmo, frequência, astigmatismo, pelos e mamas...descobrindo que a principal liberdade é a convivência e me dando conta de que:
-- A coisa mais linda que o mundo tem não é a engenhosidade da natureza, com eu achava antes, a coisa mais linda é a ingenuidade;
-- A dor mais doída é a que precede o pranto, e que não vai embora quando as lágrimas secam no pescoço e ficam só no traveceiro;
-- Todo mundo chora pra alguém ouvir...é o grito mais alto que alguém consegue dar;
-- A felicidade dos ignorantes é um presente, é um regalo merecido por não se atrever. Quem não se atreve não sofre. Ambição é punida com a pior das sentenças.

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